terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Júlio Cortázar e os Jornais:




(Texto integrante do livro Histórias de 
cronópios e de famas
Editora Civilização Brasileira, 2011)



” O Jornal e Suas Metamorfoses
         
       Um senhor pega um bonde após comprar o jornal e pô-lo debaixo do braço. Meia hora depois, desce com o mesmo jornal debaixo do mesmo braço.

         Mas já não é o mesmo jornal, agora é um monte de folhas impressas que o senhor abandona num banco de praça.

         Mal fica sozinho na praça, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que um rapaz o descobre, o lê, e o deixa transformado num monte de folhas impressas.

        Mal fica sozinho no banco, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que uma velha o encontra, o lê e o deixa transformado num monte de folhas impressas. A seguir, leva-o para casa e no caminho aproveita-o para embrulhar um molho de celga, que é para o que servem os jornais após essas excitantes metamorfoses. ”

                A leitura é um mundo que precisamos aprender a desbravar. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?

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