quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Leituras de carnaval: O CADERNO DE MAYA




                  O Caderno de Maya é novo livro de Isabel Allende que está nas livrarias. A autora de Casa dos Espíritos, Inés da Minha Alma, Paula e outros, agora escreve sobre Maya, 19 anos, americana, pai chileno e mãe dinamarquesa. Criada nos Estados Unidos, pelos avós paternos, vê sua vida desmoronar num mundo de drogas, prostituição, tráfico, delinquência e promiscuidade. Refugia-se na ilha de Chiloé,  no chile, descobre a si mesma, o amor e o desamor, o misticismo do povo chileno, a história de sua família, além da história da ditadura no Chile do general Pinochet.


               Da orelha: "Sou Maya Vidal, dezenove anos, sexo feminino, solteira, sem namorado - por falta de oportunidade e não por frescura - nascida em Berkeley, Califórnia, com passaporte norte-americano, temporariamente refugiada numa ilha ao sul do mundo. Me chamaram de Maya porque a minha Nini é fascinada pela Índia e não ocorreu outro nome a meus pais, mesmo tendo tido nove meses para pensar. Em hindi, maya significa ‘feitiço, ilusão, sonho’, nada a ver com o meu temperamento. Átila me cairia melhor, pois onde boto os pés não nasce mais pasto."

              A leitura é um mundo a desbravar. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?

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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Minha Querida Sputnik



                            Estive conversando com uma amiga sobre o livro “Minha Querida Sputnik”. Li o livro de Haruki Murakami há uns cinco ou seis anos atrás quando ele ainda não tinha a capa horrorosa que tem hoje. A bela história do amor de Sumire, a jovem acadêmica de literatura um pouco afetada e neurótica (acho que os japoneses são assim mesmo) por Miu, uma empresária bela e bem sucedida 17 anos mais velha que ela.
                            
                       Na Tóquio moderna e ocidentalizada entre cafés e universidades ao som de Jazz, Beatles e bossa nova (“Dos pequenos alto-falantes no teto da cafeteria, Astrud Gilberto cantava uma antiga música de bossa-nova “Leve-me para Aruanda”) as duas acabam juntas. Esse "juntas" é meio japonês. A relação das duas, meio platônica, parece que é o máximo que o universo de Haruki, e da mentalidade japonesa aceitam. Não conheço muito os japoneses mas aparentemente eles não gostam muito desse negócio de gueixa com gueixa e samurai com samurai. Será que a cena da roda gigante onde Miu se enxerga sendo molestada sexualmente de certa forma não serve para "justificar" e explicar a relação das duas mulheres? 
                                 
                                                                      De qualquer forma, platônico ou não, amor sempre é amor, e a história é muito boa. O nome Sputnik surge de uma conversa entre as duas em que uma tenta falar dos Beatniks dos anos 50 e chama-os de Sputniks.“Miu ouvira falar em Jack Kerouac e tinha uma vaga noção de que ele era romancista de um certo tipo. De que tipo ela não se lembrava.
- Kerouac... Humm... Não era um Sputnik?
...A partir desse dia, o nome particular de Sumire para Miu foi querida Sputnik.”

O Livro também tem uma carga de suspense, e surrealismo meio místico. Sobrenatural talvez. Depois de uma viagem pela Europa e uma rápida estada numa pequena ilha Grega, Sumire desaparece sem vestígios. A história das duas mulheres é a moldura para outra história. A solidão humana. Cada qual com sua tragédia vive em seu próprio mundo. Todos andam juntos mas não se encontram.

Vale pena ler o Marukami. O japa sabe das coisas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Edição Comemorativa de 30 anos de Caminhando na Chuva



Charles Kiefer
Leya Brasil

          Túlio é um jovem pobre, de descendência alemã, que vive numa pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. Com a literatura na alma e as palavras incrustadas em seu ser, escreve e conta a sua história. Da deliciosa infância, inspirada pelas histórias do avô, Túlio transpassa a adolescência e lembra seus dramas, medos, amores, sonhos, desilusões... Mas a vida de Túlio fica mais difícil mesmo quando se apaixona por Rosana, moça rica e com um pai controlador. Com 20 edições no Brasil e uma em Portugal, a novela de temática adolescente  é a obra de estreia de Charles Kiefer na literatura e um clássico juvenil.
 
            “Agora vou parar de escrever, a chuva me convida a sair, a cidade está morta, mergulhada em silêncio, não há um carro nas ruas, nem um cão, nem uma pessoa. Até o momento em que romper a aurora, até o instante em que o sol explodir anunciando minha nova vida, e um novo tempo, vou ficar caminhando na chuva.” 
               
            “Tinha vezes que Deus se enfurecia e mandava a tempestade derrubar as casas, as plantações, as árvores. Pensava nas crianças pobres, que não tinham um lugar seguro pra se abrigarem. Difícil entender Deus. Eu não entendia, ainda não entendo e acho que nunca não vou entender, e acho também que ninguém não entende.”

       “E quem tem coragem de chorar é porque está vivo, porque pulsa, porque vibra. Quem sabe chorar também sabe explodir de alegria. O pior homem do mundo é o indiferente, porque o seu coração é um deserto, e no deserto não nascem flores.”

           A leitura é um mundo que precisamos aprender a desbravar. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Rumo ao Abismo?

 
Edgar Morin

                  Nesse livro, Edgar Morin prova que a crise mundial se agravou e o pensamento político é incapaz de formular uma política de civilização e de humanidade. O mundo está no início do caos, e a única perspectiva é uma metamorfose, com o surgimento de forças de transformação e regeneração. É preciso abandonar o sonho de um mundo dominado. É preciso renascer! Rumo ao Abismo? é uma mensagem de esperança para além do abismo.

                “Os conhecimentos novos que nos fazem descobrir a Terra-Pátria – a Terra-sistema, a Terra-gaia, a biosfera, o lugar da terra no cosmo – não terão nenhum sentido enquanto permanecerem separados uns dos outros. Vamos repetir: a Terra não é a soma de um planeta físico, mais a biosfera, mais a humanidade. A Terra é uma totalidade complexa, física-biológica-antropológica, em que a Vida é uma emergência da história da Terra e o homem uma emergência da História da vida terrestre.”

             Da Orelha: “Imersa no caos, a humanidade tem diante de si uma oportunidade inédita: metamorfosear-se em um metassistema rico em possibilidades ou sucumbir no abismo da insignificância generalizada. Por toda parte, forças de desintegração e de regeneração se confrontam intensamente, e esse embate não parece dar sinais efetivos de superação.”

                Para iniciar a metamorfose: A leitura é um mundo que precisamos aprender a desbravar. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Marina



Carlos Ruiz Zafón


         Perdoem-me amigos, se não tenho nada a dizer sobre futebol, nem sobre o último escândalo armado pela TV para fazer a gente se preocupar com eles e dar-lhes mais dinheiro e poder. Passei três dias deliciosamente mergulhado na leitura do quarto livro do espanhol Carlos Ruiz Zafón.  Marina foi editado pela primeira vez na Espanha como literatura infanto-juvenil e agora foi relançado para o público adulto. Um livrinho perfeito, encantador, conta a história de Óscar e Marina, que juntos, descobrem uma trama cheia de mistério, crimes, criaturas misteriosas, roubo de cadáveres e muito suspense. Pelas ruas do bairro gótico de Barcelona eles seguem a trilha do mistério e descobrem o amor e a perda.
Alguns trechos de Marina:
      “...Quando ele entrou no Bairro Gótico, fui atrás. Não demorou para que sua silhueta se perdesse entre pontes estendidas entre palácios. Arcos impossíveis projetavam sombras dançantes sobre as paredes. Tínhamos chegado à Barcelona encantada, ao labirinto dos espíritos, onde as ruas tinham nomes de lenda e os duendes do tempo caminhavam às nossas costas.”
      “A beleza (da arte) é um sopro contra o vento da realidade”.
      “O circo foi a minha escola e o lar onde cresci. Mas nessa época, já sabíamos que ele estava condenado. A realidade do mundo começava a ser mais grotesca que as pantomimas dos palhaços e as danças dos ursos. Em breve ninguém precisaria mais de nós. O século XX tinha se transformado no grande circo da história”.
       Zafón não se limita a ser só um contador de histórias.
                A leitura é um mundo que precisamos aprender a desbravar. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Júlio Cortázar e os Jornais:




(Texto integrante do livro Histórias de 
cronópios e de famas
Editora Civilização Brasileira, 2011)



” O Jornal e Suas Metamorfoses
         
       Um senhor pega um bonde após comprar o jornal e pô-lo debaixo do braço. Meia hora depois, desce com o mesmo jornal debaixo do mesmo braço.

         Mas já não é o mesmo jornal, agora é um monte de folhas impressas que o senhor abandona num banco de praça.

         Mal fica sozinho na praça, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que um rapaz o descobre, o lê, e o deixa transformado num monte de folhas impressas.

        Mal fica sozinho no banco, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que uma velha o encontra, o lê e o deixa transformado num monte de folhas impressas. A seguir, leva-o para casa e no caminho aproveita-o para embrulhar um molho de celga, que é para o que servem os jornais após essas excitantes metamorfoses. ”

                A leitura é um mundo que precisamos aprender a desbravar. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Literatura Política


O grande sucesso editorial brasileiro do ano passado, sem dúvida, foi o "Privataria tucana", (Geração Editorial) do jornalista Amaury Ribeiro, que expõe um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo altos nomes do governo tucano de FHC. Apesar do silêncio absoluto da grande mídia brasileira, o livro teve sua primeira edição esgotada em apenas uma semana. Agora está de volta às prateleiras das livrarias em uma nova edição de trinta mil exemplares.

             
Outro sucesso nesta linha foi o livro “A vida quer é coragem”, (Editora Sextante/Primeira Pessoa) de Ricardo Amaral. Sem dúvida uma excelente reportagem política e sua leitura é esclarecedora para compreendermos o processo que levou Dilma Rousseff , do suicídio de Vargas, quando era criança, à presidência da república, bem como  as razões de seu sucesso no primeiro ano de governo.
               
                              Eis duas dicas para quem quiser aproveitar as férias para entender um pouco mais nosso mundinho tropical. 

                             E deixo um desafio para nós, pais e mães, que precisamos mostrar aos nossos filhos o quanto a leitura e a educação são importantes. Quem sabe, um dia por semana, substituir duas horas de TV por um livro?


Sem ciência, preferimos crer na mentira alheia do que em nossa própria realidade

          Aqui comigo e em algumas conversas mentais com minha gata, eu nutria uma espécie de esperança de que mais cedo ou mais tarde os e...