sexta-feira, 23 de março de 2018

Briga Feia

Ando preocupado com a quantidade de coisas que ultimamente estão a cair por todos os lados. Tenho a impressão de que estamos vivendo uma grande crise de competência que atinge nosso país de um lado ao outro. Lembram-se daquele viaduto que caiu em Belo Horizonte? Também tem estradas recém-inauguradas que afundam e aquele elevador de Porto Alegre que despencou por estar com uma placa indicando carga máxima de doze pessoas quando comportava apenas seis. Agora, semana passada, caiu, no bairro Pedras Brancas, uma enorme caixa d’água que a Corsan acabara de instalar e estava recebendo água pela primeira vez. Não chegaram nem a inaugurar a coitadinha.
Não sei se são os engenheiros que estão se formando sem saber fazer os cálculos direitinho ou se a culpa é do WhatsApp que está distraindo os funcionários em momentos críticos. O camarada lá em BH pode ter se descuidado ao responder uma mensagem urgente da namorada e errou o cálculo do ferro em apenas uma virgulazinha e algumas toneladas a menos. “Cosa poca”.
Imagino que o sujeito do elevador de Porto Alegre que fora incumbido de colar a placa de carga máxima, tenha ficado em dúvida entre uma ou outra e botou qualquer uma, pois ao final das contas, hoje em dia, tanto faz. Não dá nada.
Já no caso da caixa d’água, fiquei matutando aqui com meus botões, os quais, assim como eu, também não entendem nada de engenharia. Como será que eles queriam fazer para que ela ficasse em pé do jeito que levantaram aquilo? Sei lá, também não posso ficar me metendo com coisas que não conheço. Vai que exista uma reza especial que faz caixas d’água ficar de pé sem sustentação. Mas, no caso, falhou.
Pelo sim, pelo não, evito inaugurações de obras que possam desabar e procuro não ter pressa para experimentar estradas novas. Nunca se sabe...
Outra possibilidade para as coisas andarem caindo por esse Brasil afora, pode ser atribuída a uma briga feia que estamos vivenciando. Acho que o brasileiro está brigado com a matemática. Não só com a matemática, mas também com nossa pobre língua portuguesa (como batem na coitadinha), mas também com a física, a química e a biologia. A briga é com a escola inteira. E que briga feia!
Aproveitei o feriadão para dar uma lida no livro do professor Dr. Sérgio Kodato da USP, “O Brasil fugiu da escola” que apresenta um retrato do caos que vive a escola no Brasil.
Não creio que esteja na hora de repensar a educação. Está na hora de pensar. Pais, alunos e professores ao atravessarem o portão da escola precisam responder a si próprios uma pergunta simples, mas crucial: Afinal, o que estou fazendo aqui?

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