quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Minha Querida Sputnik








Estive conversando com uma amiga sobre o livro “Minha Querida Sputnik”. Li o livro de Haruki Murakami há uns três ou quatro anos atrás quando ele ainda não tinha a capa horrorosa que tem hoje. Nunca esqueci a bela história do um amor entre Sumire, uma jovem acadêmica de literatura um pouco afetada e neurótica (acho que os japoneses são assim mesmo) por Miu, uma empresária bela e bem sucedida 17 anos mais velha que ela.
                            Na Tóquio moderna e ocidentalizada entre cafés e universidades ao som de Jazz, Beatles e até da bossa nova (“Dos pequenos alto-falantes no teto da cafeteria, Astrud Gilberto cantava uma antiga música bossa-nova “Leve-me para Aruanda”) as duas acabam juntas. Esse "juntas" é meio japonês. A relação das duas, meio platônica, parece que é o máximo que o universo do Haruki, e da mentalidade japonesa aceitam. Não conheço muito os japoneses mas aparentemente eles não gostam muito desse negócio de gueixa com gueixa e samurai com samurai. Será que a cena da roda gigante onde Miu se enxerga sendo molestada sexualmente de certa forma não serve para "justificar" e explicar a relação das duas mulheres? 
                           De qualquer forma, platônico ou não, amor sempre é amor, e a história é muito boa. O nome Sputnik surge de uma conversa entre as duas em que uma tenta falar dos Beatniks dos anos 50 e chama-os de Sputniks.“Miu ouvira falar em Jack Kerouac e tinha uma vaga noção de que ele era romancista de um certo tipo. De que tipo ela não se lembrava.
- Kerouac... Humm... Não era um Sputnik?
...A partir desse dia, o nome particular de Sumire para Miu foi querida Sputnik.”

O Livro também tem uma carga de suspense, e surrealismo meio místico. Sobrenatural. Depois de uma viagem pela Europa e uma rápida estada numa pequena ilha Grega, Sumire desaparece sem vestígios. A história das duas mulheres é a moldura para outra história. A solidão humana. Cada qual com sua tragédia vive em seu próprio mundo. Todos andam juntos mas não se encontram.
Vale pena ler o Marukami. O japa sabe das coisas.

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