domingo, 28 de fevereiro de 2010

BBB


                    Assisto televisão de forma bastante passiva.  Quando ouço algo interessante vou até a sala da TV ver o que está acontecendo. Às vezes um telejornal ou algum filme. Ultimamente o BBB tem me atraído algumas vezes. Acho interessante ver o que as pessoas fazem por dinheiro.  Dinheiro que no mundo moderno quer dizer vida. Mas os telespectadores fazem parte do show. Moderno esse programa. Nunca se viu nada parecido no mundo. Muito original. Os polegares erguidos ou abaixados foram substituídos pelos telefones e internet. No mundo moderno ninguém precisa ir até a arena para assistir aos gladiadores. Até porque esse negócio de sair de casa é muito perigoso para o sistema. Vai que o cidadão fica um tempo trocando conversa com outro, e podem surgir idéias políticas e até uma revolução. Cuba só é Cuba porque o Che Guevara resolveu sair de casa. Se houvesse BBA (Big Brother Argentina) naquela época, Fulgêncio Batista seria O Cara ainda por muito tempo em Cuba. É melhor que todo mundo fique em casa. Mas mesmo assim é interessante assistir aos pobres infelizes participantes fazendo das tripas coração tentando adivinhar com suas limitadas inteligências o que poderia agradar mais aos telespectadores da arena global digitalizada. Como ratinhos, nadam desesperados tentando sobreviver e chegar ao dinheiro. Ao tão sonhado milhão e meio de vida. Por outro lado, tenho uma amiga que não gostou que o público deixasse determinado participante na casa. Ao modo de Lisístrata de Aristófanes, onde as mulheres das cidades em guerra fizeram uma greve de sexo até que seus homens parassem com a guerra ou na versão moderna como aquela esposa que não recebeu do marido o presente que queria e passou a negar-lhe sexo, minha amiga resolveu: -“Não assisto mais ao programa!” Agora quero só ver como a Globo vai se virar sozinha.

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