quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Os 100 anos dos Contos Gauchescos


Publicada no jornal Nova Folha em 11/5/2012


Durante a Semana do Livro deste ano,
tivemos a apresentação magnífica do Sarau
100 Anos dos Contos Gauchescos no Museu Carlos
Nobre. Quem não viu, perdeu um grande espetáculo dos
dois mestres. Altair Martins e João Bosco Ayala acompanhados
pelo músico Pacheco, contaram-nos um pouco da
história do Rio Grande, da vida de Simões Lopes Neto e de
como surgiu o livro Contos Gauchescos.
O autor publicou quatro livros: Cancioneiro Guasca
(1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913), e
Casos do Romualdo (1914). A fama surgiu apenas após a
sua morte, quando em 1949, organizada para a Editora Globo,
por Augusto Meyer, e com supervisão do editor
Henrique Bertaso e de Érico Veríssimo, foi lançada uma
edição crítica da obra Os Contos Gauchescos e Lendas do
Sul.
Durante sua vida, Simões Lopes Neto envolveu-se em
diversas iniciativas de negócios e atividades. Teve uma
fábrica de vidros, uma destilaria e até uma fábrica de cigarros
que produzia os cigarros da marca "Diabo" (é daí, exatamente,
que veio a expressão "Marca Diabo"). Apesar de
criativo e audacioso seus negócios acabavam fracassando.
Chegou a montar uma fábrica para torrar e moer café e
desenvolveu uma fórmula, à base de tabaco, para combater
sarna e carrapatos. Por fim, ainda fundou uma
mineradora para explorar prata em Santa Catarina.
Atitudes irrequietas e desbravadoras como as de Simões
Lopes Neto, são muito visíveis em toda história da humanidade.
Suas obras geniais, em muitos casos, acabam descobertas
ou tidas como geniais apenas postumamente.
Agora mesmo, podemos estar convivendo com um inovador,
um gênio, cuja obra somente será reconhecida depois
de muito tempo. Por que será que não nos damos conta
disso? Em casa, nas escolas, no trabalho, procuramos "enquadrar"
os "desajustados". Nossas mentes narcísicas
insistem em repetir o que achamos correto e gostamos do
que pensamos que somos. O diferente nos assusta. Normalmente
aceitamos melhor o que vem de fora e está pronto
do que aquilo que está se desenvolvendo aqui, ao nosso
lado. Preferimos buscar soluções que, aparentemente,
funcionam em outros lugares ao invés de ousar e desenvolver
nossas próprias alternativas. Mas a vida nos oferece
caminhos a escolher: podemos ser copiadores ou criadores.
A escolha é nossa. Ainda bem que alguns conseguem
escapar do cerco impiedoso que exercemos sobre
quem ousa ser criativo ou ter uma ideia nova.
No dia 29 de maio, estaremos com a Livraria Entrelinhas,
a Nova Folha e a revista Travessia na Feira do Livro
da Escola Martinho Lutero.
Aos pais que desejam despertar em seus filhos o hábito
da leitura, sugiro o exemplo antes do discurso. A leitura é
um mundo a desbravar. Quem sabe, um dia por semana
substituir duas horas de TV por um livro?

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