quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Senhor Keuner e os Jornais

Herr Keuner und die Zeitungen

Herr Keuner begegnete Herrn Wirr, dem Kämpfer gegen die Zeitungen. "Ich bin ein großer Gegner der Zeitungen", sagte Herr Wirr, "ich will keine Zeitungen."
Herr Keuner sagte: "Ich bin ein größerer Gegner der Zeitungen: ich will andere Zeitungen." "Schreiben Sie mir auf einen Zettel", sagte Herr Keuner zu Herrn Wirr, "was Sie verlangen, damit Zeitungen erscheinen können. Denn Zeitungen werden erscheinen. Verlangen Sie aber ein Minimum. Wenn Sie zum Beispiel Bestechliche zuließen, sie zu verfertigen, so wäre es mir lieber, als daß Sie Unbestechliche verlangten, denn ich würde sie dann einfach bestechen, damit sie die Zeitungen verbesserten. Aber selbst wenn Sie Unbestechliche verlangten, so wollen wir doch anfangen, solche zu suchen, und wenn wir keine finden, so wollen wir doch anfangen, welche zu erzeugen. Schreiben Sie auf einen Zettel, wie die Zeitungen sein sollen, und wenn wir eine Ameise finden, die den Zettel billigt, so wollen wir gleich anfangen. Die Ameise wird uns mehr helfen, die Zeitungen zu verbessern, als ein allgemeines Geschrei über die Unverbesserlichkeit der Zeitungen. Eher nämlich wird ein Gebirge durch eine einzige Ameise beseitigt als durch das Gerücht, es sei nicht zu beseitigen."
Wenn die Zeitungen ein Mittel zur Unordnung sind, so sind sie auch ein Mittel zur Ordnung. Gerade Leute wie Herr Wirr bewiesen durch ihre Unzufriedenheit den Wert der Zeitungen. Herr Wirr meint, der heutige Unwert der Zeitungen beschäftige ihn, aber in Wirklichkeit ist es der morgige Wert. Herr Wirr hielt den Menschen für hoch und die Zeitungen für unverbesserbar, Herr Keuner hingegen hielt den Menschen für niedrig und die Zeitungen für verbesserbar. "Alles kann besser werden", sagte Herr Keuner, "außer dem Menschen."

Senhor Keuner e os Jornais

O Senhor Keuner encontrou-se com senhor Wirr, (o tonto?), que lutava contra os jornais. “Eu sou um grande adversário dos Jornais” disse Senhor Wirr, “Eu não quero nenhum jornal”. O Senhor Keuner retrucou: ” Eu sou um grande inimigo dos jornais: Eu quero jornais diferentes”. “Escreva-me aí, num bilhete”, disse o senhor Keuner ao senhor Wirr, quais as suas exigências para que possam existir jornais. Por que de qualquer forma jornais serão publicados. Exija, porém, o mínimo possível. Se pretendes, por exemplo, permitir que corruptos os façam, eu gostaria mais do que se pedisses incorruptíveis, pois assim em poderia simplesmente suborná-los para que melhorassem os jornais. Agora, mesmo que o senhor tenha exigido incorruptíveis, precisamos logo começar a procurá-los, e se não acharmos nenhum, teremos que produzi-los. Escreva aí nesse papel, como os jornais devem ser, e se encontrarmos uma única formiga que aprove este bilhete , então começaremos logo. A formiga certamente nos ajudará muito mais a melhorar os jornais, do que um clamor geral sobre a má qualidade destes. Ou seja, uma formiga tem muito mais chances de remover uma montanha do que uma boataria geral anunciando que a montanha não pode ser removida. Se os jornais são um meio de desordem também podem ser um meio de obter-se ordem. Justamente pessoas como o senhor Wirr provam através de seu descontentamento o valor dos jornais. O senhor Wirr acredita que a inutilidade atual dos jornais lhe ajuda, porém na realidade amanhã esta será a sua utilidade. O Senhor Wirr eleva os homens para o alto e aponta os jornais como incorrigíveis. Senhor Keuner dininui o valor dos homens e aponta os jornais como aperfeiçoáveis. “Tudo pode melhorar”, afirma o senhor Keuner, exceto as pessoas.


Bertolt Brecht


2 comentários:

  1. tem outros txts do Sr Keuner traduzido para o português?

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    1. Tenho sim. Devem estar em alguma gaveta. Quando encontrar publico aí.

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